sábado, 25 de agosto de 2012

eles passarão, eu, passarinho





para compor um céu é preciso

haver passarinhos

antes mesmo até

do azul

 

mas é fundamental haver

margens

e um rio para correr nelas

e casas

com quintal, pitangueira

e goiaba no pé

 

quando foi a última vez que fiz algo

pela primeira vez

na vida?

 

comecei perdendo os heróis

na família

no esporte

na música

e na política

 

comecei a perder aos poucos

a audição

a vista

a memória

e a paciência

 

mas não perdi a esperança

vou consultar o pai Maicknuclear:

lê poema

amarra prosa

traz seu texto de volta

em sete dias

 

— esse sim, funciona!

 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vilém Flusser

 
 
 







o processo do epnsamento é absurdo. epnsamos para não epnsar mais, falamos para podermos calar-nos. mas é essa absurdidade do epnsamento que faz com que sejamos homens e mulheres. ser mulher ou homem é ser absurdo. é inalcançável para nós a ingenuidade paradisíaca, o estado anterior à dúvida, a integração portanto. somos, como homens e mulheres, seres alienados, seres expulsos. aceitemos absurdidade do desterro. duvidemos o mais possível, e duvidemos num máximo de camadas possíveis. ao expulsar-nos do seu seio, nossa origem nos arriscou (Rilke). aceitemos o risco. não nos deixemos enjaular pelas poucas camadas agora em vias de realização pela conversação do Ocidente. não tenhamos medo de novas palavras e de novos epnsamentos. abramos novas aberturas e experimentemos novos espantos. assim, somente assim, seremos mulheres e homens dignos, isto é, res cogitantes, coisas epnsantes.

sábado, 21 de julho de 2012

Manifesto Da Da por uma multidão colorida




aproveite o dia
pode muito bem não haver nada
depois que isto acabar


não enlouqueça
da normalidade da massa


viva Da Da


você é o artista
de si mesmo

quarta-feira, 6 de junho de 2012

a segunda pele



Quando um artista rompe
com a matéria de que é feito
equivale para o mundo
à descoberta da própria textura

Mais do que um público
a verdadeira arte abriga
usuários ambientes e conexões
cada obra se descobre participação e diálogo

Coexistem no objeto estético
realidades seres flutuantes inevitáveis
múltiplas arquiteturas simbólicas
o cortejo da infinita reprodutibilidade

A arte intervém como dobra
criação delirante libertação
por hipertrofia elemento aberrante
no jorro da vida

O habitat da poesia é a topografia
instável e transformadora do delírio
sonho tangível arte
não é resultado é resto

E o que resta é um esforço
para repotencializar a realidade
aumentá-la com metáforas deformar
saturar (ou subtrair) sentidos

A arte não transforma o mundo,
nem o artista mas revela percursos
imprevisíveis desconcertantes mentiras
aço e alabastro eterno simulacro

O artista ergue sua paisagem
de ocultas revelações geologia
de superfície cujo desabamento
contínuo soterra nosso frágil cotidiano

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CALDEIRA DADA DIVERSIDADE
na SERRALHERIA

ARTE: execução de finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada, racional. Houaiss, 2001.
SAÚDE MENTAL: demanda projeto em que se conjuga num mesmo espaço o tratamento e a reabilitação. Uma clínica capaz de tomar a fala do paciente não pelo reconhecimento do sintoma, mas como produção de sujeito social. Goldberg, 1994.
DIVERSIDADE: qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado, variedade. ECO índice que leva em conta a abundância de uma comunidade. Houaiss, 2001.

16 de junho 2012 FESTA JUNINA 16 -21hs

Bazar, música e poesia, exposição -Nosune com das obras de Tatiane Mayer e Gregório Delgado (filmes, poesia e quadros), dj, Programação visual e Espaço Infantil


rua guaicurus, 875 lapa